Nathália Carmem
“Ele estendeu o seu belo rosto aos ímpios, para que o cobrissem de escarros. Permitiu-lhes taparem-lhe os olhos, esses olhos que governam o universo. Expôs as costas ao látego. [...] Submeteu a cabeça às pontas dos espinhos, essa cabeça diante da qual devem tremer príncipes e poderosos. Entregou-se, Ele próprio, às afrontas e às injúrias. Enfim, suportou pacientemente a cruz, os pregos, a lança, o fel, o vinagre, permanecendo sempre cheio de doçura e de serenidade. Não abriu a boca, como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha emudecida nas mãos do tosquiador.” (Is 53, 7).

Eu não tenho palavras suficientes para expressar a admiração que sinto ao ler a citação acima. Tenho menos palavras ainda para expressar a vergonha que sinto por não conseguir ser assim. As vezes, podemos até achar que isso é pedir demais, afinal, quem é que pode ser como Jesus e passar por tantos sofrimentos sem perder a fé, a doçura e o amor ao próximo? Quem é que, mesmo injustiçado e agredido por alguém, ainda assim consegue amar esse alguém? No máximo, dizemos que perdoamos, mas sabemos que, no fundo, guardamos mágoa e rancor e assim vamos vivendo.
É normal não gostarmos de alguém sem motivo (ou com, pois não faz muita diferença), é normal falarmos, julgarmos uns aos outros, é normal vivermos em competitividade. A vida nos faz assim. E é por isso que cada vez mais, temos que nos aproximar de Deus e, ao contrário do que muitos pensam, não é nem um pouco difícil.
Eu, por exemplo, me sinto mais perto Dele quando perdôo, porque Deus é Amor e Perdão. Isso, é claro, quando eu consigo. Mas se você também não consegue perdoar, tente se aproximar de Deus de outra maneira: amando ao próximo. Só assim conseguirá o perdão divino.